Região Hidrográfica do Uruguai
Área de Abrangência
Área Total: 174.612 km², 2,0% do País
Países: Brasil Uruguai
Estados: Rio Grande do Sul (73%) Santa Catarina (27%)
Municípios: 384 municípios – Lages e Chapecó, em Santa Catarina, Erechim, Ijuí, Uruguiana, Santana do Livramento e Bagé, no Rio Grande do Sul
Clima
Tipo Climático: Temperado com chuvas distribuídas ao longo de todo o ano, mas com concentração média maior no inverno (maio a setembro)
Temperatura: A temperatura média anual fica entre 16 e 20ºC
Precipitação: A precipitação média anual na região é de 1.784 mm
Evapotranspiração: A evapotranspiração é de 1.041 mm
Disponibilidade e Usos da Água: A vazão média anual é de 4.117 m³/s, que corresponde a 2,6% da disponibilidade hídrica do País. A vazão específica média na região é bastante alta, 23,6 L/s/km², com valores variando entre 19,5 e 31,5 L/s/km²
Usos Potenciais
Geração de Energia – No contexto do uso múltiplo dos recursos hídricos, a Região Hidrográfica do Uruguai apresenta um grande potencial hidrelétrico com uma capacidade total, considerando os lados brasileiro e argentino, de produção de 40,5 KW/km2, uma das maiores relações energia/km2 do mundo. Atualmente existe na porção brasileira um potencial hidroenergético instalado de 2.878,64 MW, distribuído entre 39 empreendimentos, sendo três usinas hidrelétricas – destaque para as usinas de Passo Fundo e Itá – com potência de 2.816 MW (ANEEL, 2002). A região apresenta várias pequenas centrais hidrelétricas instaladas. Merece também destaque a barragem de São Marcos, na unidade hidrográfica do rio Quaraí, a maior obra hidráulica existente para irrigação
Navegação – A navegação fluvial, de modo geral, não existe na região pelo relevo acidentado, as variações significativas de vazão dos rios e os problemas de assoreamento. O rio Uruguai é navegado no trecho da fronteira Uruguai-Argentina, em corrente livre, até a barragem de Salto Grande, e daí para montante, pelo lago desta barragem, até a fronteira tríplice Uruguai/Argentina/Brasil, junto à foz do rio Quaraí. A barragem de Salto Grande dispõe de eclusa, em fase final de conclusão, o que vale a dizer que a navegação poderá ser feita até a fronteira do Brasil. Daí para montante estão previstas barragens hidroelétricas no rio Uruguai, em São Pedro, Garabi, Machadinho e outras que, se providas de eclusas, levarão a navegação até próximo à barragem de Itá. A barragem de São Pedro, a mais de jusante do trecho, (cota aproximada de 70m) logo acima de Uruguaiana, inundará o baixo curso do rio Ibicuí, que já é navegado em parte de seu curso. O rio Ibicuí é parte integrante da planejada ligação hidroviária do rio Uruguai ao porto de Porto Alegre através dos rios Ibicuí e Jacuí
Aspectos Relevantes
Entre a produção de arroz e o abastecimento público no período de deficiência hídrica no verão (novembro a março), especialmente nas unidades hidrográficas dos rios Santa Maria, Ibicuí e Quaraí. Na região do Quaraí, por exemplo, existem conflitos com produtores uruguaios de arroz. A alta demanda de água para irrigação, especialmente no cultivo de arroz, exige o disciplinamento do seu uso através de práticas agrícolas e de manejo da irrigação e construção de barragens para regularização de vazões no período de maior demanda.
As unidades hidrográficas dos rios Peperi-Guaçu, Antas, Chapecó, Irani, Jacutinga, Peixe e Canoas, apresentam conflitos entre o lançamento de efluentes urbanos, rurais (avicultura e suinocultura), de indústria de celulose e o abastecimento de água da população.
A regularização da vazão através de barramentos e racionalização da demanda em municípios na região de cabeceira do rio Uruguai são importantes para evitar os freqüentes períodos de racionamento.
É importante a criação de programas de tratamento de esgotos domésticos e industriais, especialmente nas áreas mais urbanizadas da região.
A grande produção de efluentes da avicultura e suinocultura, que contamina os rios e aqüíferos do oeste catarinense, exige a aplicação pelos produtores rurais de tecnologias para tratamento e reaproveitamento dos seus resíduos.
Nas áreas urbanas afetadas por enchentes é necessário o estabelecimento e aplicação de planos para disciplinamento do uso e ocupação do solo com a implantação de sistema de alerta para redução de riscos.
A ampliação de programas de extensão rural baseado em um zoneamento agroclimático e na aplicação de melhores práticas agrícolas são necessários para controle dos problemas de erosão e degradação do solo; nesse sentido, cabe destacar a necessidade de racionalizar o uso de insumos agrícolas tendo em vista reduzir a poluição difusa nos recursos hídricos.
Promover ações que induzam à implantação e o fortalecimento institucional que permita avançar na gestão descentralizada dos recursos hídricos .
População: 3.834.654 habitantes, 2,3% da população do País, com maior concentração nas unidades hidrográficas Chapecó (11,7%), Canoas (11,6%), Ibicuí (10,9%) e Turvo (10,5%). A população urbana representa 68,4% da população total.
Densidade Demográfica: 22 hab/ km², enquanto a média do Brasil é 19,8 hab/km²
Para saber mais, visite a página da ANA sobre a RH do Uruguai