Região Hidrográfica Atlântico Sul
Área de Abrangência
Área Total: 185.856 km², 2% do País
Países: Brasil (100%)
Estados: Paraná (3,6%),Santa Catarina (20,2%),Rio Grande do Sul (76,2%)
Municípios: – 451 municípios –
Clima
Tipo Climático: Tropical chuvoso sem estação seca e sem geada
Temperatura: As temperaturas médias anuais mais altas ocorrem no norte da região, passando de 22ºC no Paraná, para 18º C nas unidades hidrográficas do Rio Grande do Sul.
Precipitação: A precipitação anual média é de 1.573 mm e diminui de norte para sul, passando de 1.749 mm (unidade hidrográfica Litoral de Santa Catarina) a 1.381 mm (unidade hidrográfica Litoral do Rio Grande do Sul).
Evapotranspiração: A evapotranspiração anual varia entre 731 e 998 mm, com média de 872 mm Disponibilidade e Usos da Água: Apresenta uma vazão média anual de 4.129 m³/s, que representa 3% da produção hídrica do País. A vazão específica média da região é de 22 L/s/km² com forte influência do regime pluviométrico. De uma forma geral, observa-se uma tendência de diminuição das vazões específicas médias anuais no sentido norte-sul, variando desde cerca de 26,7 L/s/km², no norte, unidade hidrográfica do Litoral do Paraná, a 20,6 L/s/km², na unidade hidrográfica do Litoral do Rio Grande do Sul, no extremo sul da região.
Usos Potenciais
Geração de Energia: A maioria dos rios da região apresenta pequeno potencial para produção de energia. Em termos de obras hidráulicas, as maiores estão relacionadas a aproveitamentos hidrelétricos e irrigação, embora existam também obras para navegação e controle de cheias. Estão instalados na região, 35 empreendimentos hidrelétricos, que totalizam 1.191,72 MW. Existem 10 usinas hidrelétricas na região, que produzem 1.132,76 MW, ou seja, 95% da energia total gerada (ANEEL, 2002). De uma forma geral, as maiores obras hidráulicas estão na região do rio Itajaí (unidade hidrográfica Litoral de Santa Catarina) e se destinam ao controle de cheias, e nas regiões das lagoas dos Patos e Mirim (unidade hidrográfica Litoral do Rio Grande do Sul), ao abastecimento humano e irrigação. Nas demais sub-regiões as obras hidráulicas são pouco expressivas.
Navegação: A navegação fluvial na região está concentrada na Lagoa dos Patos e rios Taquari, Jacuí e Guaíba (RS, 600 km navegáveis). Pequenos trechos navegáveis ocorrem nas unidades hidrográficas do rio Itajaí e Litoral Sul Catarinense.
Aspectos Relevantes
Existem conflitos pontuais entre o abastecimento humano e irrigação (arroz), principalmente no trecho médio das unidades hidrográficas Guaíba, Patos, Mirim, Litoral Norte Riograndense e Litoral Sul Catarinense. Nos meses de dezembro a fevereiro (período de irrigação) as descargas naturais não atendem a demanda local. Nestas áreas é fundamental o disciplinamento do uso da água através de práticas agrícolas e de manejo da irrigação, e construção de barragens para regularização de vazões no período de maior demanda (novembro a março). Além disso, o cultivo de arroz, que ocorre em extensas áreas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, representa importante fonte de poluição difusa na região, em função do uso intensivo de insumos agrícolas.
Atividades mineradoras, com destaque para carvão (Candiota e baixo Jacuí/RS, e região de Criciúma e Tubarão/SC), argila (unidade hidrográfica do Litoral Sul Catarinense) e ouro (mercúrio no rio Camaquã/RS), provocam a contaminação de águas superficiais e subterrâneas e erosão dos solos. O problema é especialmente importante na região catarinense, onde os rejeitos da mineração de carvão provocam a acidificação dos cursos de água e contaminação da água subterrânea. São necessários programas de monitoramento do impacto das atividades mineradoras e programas de recuperação das áreas degradadas.
Os efluentes de suinocultura e avicultura são importantes fontes de contaminação das águas superficiais e subterrâneas nas unidades hidrográficas dos rios Itajaí, Pardo, Taquari e Guaíba, que deverão receber o adequado tratamento ou aproveitamento dos seus resíduos.
No verão os serviços de saneamento na orla marítima (abastecimento de água, disposição de lixo e tratamento de esgotos) se tornam deficitários, em função da sobrecarga do turismo.
A expansão do turismo em áreas litorâneas tem originado muitos problemas decorrentes da falta de infra-estrutura sanitária e da ocupação indevida de áreas de proteção ambiental, com a contaminação de mananciais e o comprometimento da balneabilidade de praias, na qual têm resultado em problemas associados à doenças de veiculação hídrica.
Nas áreas urbanas susceptíveis a enchentes é fundamental o disciplinamento da ocupação do solo e estabelecimento de sistema de previsão de enchentes.
A contaminação das águas superficiais impacta a flora e fauna dos sistemas estuarinos, lagunares e costeiros
É fundamental a definição de estratégia para o controle e tratamento dos efluentes domésticos e industriais nas áreas de maior concentração urbana e industrial, localizadas principalmente nas unidades hidrográficas do rio Guaíba e do Litoral Santa Catarina.
Promover ações que induzam à implantação e o fortalecimento institucional que permita avançar na gestão descentralizada dos recursos hídricos.
População: 11.592.481 habitantes, 6,8% da população do país, sendo que 84,9% dela está localizada em área urbana.
Densidade Demográfica: 62,4 hab/km² enquanto a média do Brasil é de 19,8 hab/km². Entre os municípios, destacam-se, no contexto socioeconômico, Paranaguá, no Paraná, Joinville e Florianópolis, em Santa Catarina, Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas e a região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A população da região está concentrada nas unidades hidrográficas Litoral de Santa Catarina e Guaíba
Para saber mais, visite a página da ANA sobre a RH Atlântico Sul