Região Hidrográfica do Paraguai
Área de Abrangência
Área Total: 363.445 km², 4,6% do território nacional
Países: Brasil (100%)
Estados: MS (51,8%), MT (48,2%)
Municípios: 91 municípios
Clima
Tipo Climático: Tropical de Savana
Temperatura: As temperaturas médias anuais variam entre 22,5 e 26,5 ºC, sendo novembro o mês mais quente (média de 27ºC) e julho o mês mais frio (média de 21ºC).
Precipitação: É de 1.398 mm, variando entre 800 e 1.600 mm, sendo os maiores valores observados nas áreas de Planalto. O período chuvoso ocorre entre outubro e abril e a estiagem no restante dos meses. Evapotranspiração: A evapotranspiração total anual média é de 1.239 mm, ocorrendo os maiores valores no mês de agosto, quando é registrada a maior insolação.
Disponibilidade e Usos da Água: A vazão média do rio Paraguai é de 1.833 m³/s (1% do total do País) (ANA, 2002c). Porém, há perdas no sistema devido à alta evapotranspiração potencial, concentrada principalmente no Pantanal, resultando em uma baixa vazão específica média (5 L/s/km²), e em contribuições negativas nas unidades hidrográficas do Baixo Cuiabá, Taquari, Negro e Nabileque.
Usos Potenciais
Geração de Energia: Pela sua configuração fisiográfica, a Região Hidrográfica não apresenta grande potencial para instalação de grandes usinas hidrelétricas. Atualmente existem 12 empreendimentos hidrelétricos instalados, totalizando 340.944 kW (0,05% do total do País) (ANEEL, 2002). A construção de cinco usinas termelétricas nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, usando gás oriundo da Bolívia, irão aumentar a capacidade de geração de energia.
Navegação: A navegação comercial no trecho brasileiro do rio Paraguai ocorre principalmente entre Corumbá e Porto Murtinho. Os afluentes do rio Paraguai apresentam maior dificuldade para transporte comercial devido ao assoreamento e mudanças de leito. A implantação da Em relação à navegação na região, a hidrovia Paraguai-Paraná originalmente previa a realização de dragagens, remoção de rochas e retificação de curvas no rio Paraguai ao longo de 3.442 km, formando um canal de navegação mais profundo entre as cidades de Cáceres, no Brasil, e Nueva Palmira, no Uruguai. No entanto, devido aos impactos ambientais envolvidos nesta proposta, o governo federal está estudando alternativas de menor impacto para a implementação da hidrovia.
Pesca Turismo e Lazer: O turismo ligado à pesca esportiva e ao ecoturismo representa importante atividade econômica no Pantanal. Existem cerca de 260 espécies de peixes na região que dependem da manutenção da qualidade dos recursos hídricos.
Aspectos Relevantes
Estabelecer diretrizes e implementar ações destinadas à contenção de queimadas e desmatamentos descontrolados. Adicionalmente, fiscalizar e incentivar a manutenção da faixa de vegetação das áreas de proteção ambiental laterais aos corpos d’água.
O uso inadequado do solo do Planalto (plantações de soja e criação de gado) aumentou o desmatamento, erosão e a contaminação por defensivos, causando o assoreamento e poluição de rios do Pantanal. Nesse contexto, é necessário definir e implementar um programa voltado para melhores práticas de manejo do solo, para controle da erosão e utilização adequada dos solos, minimizando o assoreamento dos cursos d’água e a contaminação provocada por fontes difusas de poluição nas culturas anuais da região do Planalto.
Melhorar as condições de saneamento das capitais e principais núcleos urbanos, mediante a ampliação ou implementação de serviços de abastecimento de água, de coleta e tratamento de esgotos domésticos e industriais, bem como de sistemas de tratamento e disposição final de resíduos sólidos; através dessas ações pretende-se reduzir os riscos associados à propagação de doenças de veiculação hídrica e melhorar indicadores sociais.
Ampliar a coleta e implementar sistemas de tratamento dos esgotos domésticos nos principais centros urbanos como Cuiabá, Tangará da Serra, Cáceres, Poconé, Corumbá, Coxim e Aquidauana.
A navegação de grandes comboios de barcaças no rio Paraguai vem causando a degradação das matas ciliares, barrancos e meandros do rio. Nesse sentido, faz-se necessário regulamentar as embarcações e controlar o tráfego de comboios no rio Paraguai .
Consolidar e ampliaras as redes de monitoramento hidrológicos existentes, inclusive a rede de alerta de cheias.
Avaliar tecnicamente a instalação de grandes projetos de infra-estrutura regional previstos: Hidrovia Alto Paraguai, Polo Siderúrgico de Corumbá, obras para ampliação da pecuária e expansão da fronteira agrícola para o plantio de grãos.
A contaminação da água, sedimentos, peixes e aves por mercúrio lançado pelas atividades de mineração de ouro, principalmente no estado de Mato Grosso, têm causado alteração do curso natural de rios. Assim, é preciso promover a melhoria do processo de licenciamento e controle das atividades de mineração e de recuperação de áreas degradadas.
Expandir e aperfeiçoar o transporte hidroviário, com melhor aproveitamento das vias navegáveis, compatibilizando-a com a conservação ambiental e com os usos múltiplos, de modo integrado ao desenvolvimento local e regional.
Incentivar o desenvolvimento de práticas sustentáveis, adaptadas às peculiaridades ambientais da região; incluindo a pesca esportiva, o extrativismo e o ecoturismo.
Desenvolver o potencial hidroenergético através de novos empreendimentos, compatibilizando-o com a conservação ambiental e com os usos múltiplos e integrado ao desenvolvimento local e regional .
Promover ações que induzam à implantação e o fortalecimento institucional que permita avançar na gestão descentralizada dos recursos hídricos.
População: 1.887.401 habitantes, 1% da população do País, sendo 84,7% em áreas urbanas.
Densidade Demográfica: 5,2 hab/km², bem menor que a densidade demográfica do País (19,8 hab/km²).
Para saber mais, visite a página da ANA sobre a RH do Paraguai.