Fitoplâncton
Fitoplâncton são plantas muito pequenas que vivem “flutuando” naturalmente na água. São organismos muito pequenos, variando de 0,2 a 2000 µm, o que corresponde à variação encontrada entre um ovo a uma pequena casa.
A maioria das algas planctônicas está em torno de 20 µm (=0,020 mm). Seu tamanho, portanto é medido em micrômetros (µm) escala mil vezes menor que o milímetro, ou seja, só podem ser vistos com o auxílio de um microscópio. Por isso também são chamadas de microalgas. As algas do plâncton são os maiores responsáveis pela presença de oxigênio dissolvido na água, fundamental para a vida da maioria dos seres aquáticos, sendo consumido na respiração de plantas e animais.
O fitoplâncton também é muito importante como alimento para peixes, camarões dentre outros. O oxigênio produzido por estas microalgas através da fotossíntese é o mesmo oxigênio que respiramos na atmosfera, já que há troca de gases entre a água e o ar, daí a importância destas microalgas para a vida no nosso planeta.
Os grupos de fitoplâncton presentes na água coletada pelo Projeto foram estudados pela Profa. Vera Huszar, com a colaboração de Lúcia Helena Sampaio da Silva e Célio de Fontoura Jr., do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Texto abaixo preparado pela Dra. Vera Huszar
Os resultados do fitoplâncton apresentados nas tabelas relativas a cada ponto de amostragem abordam três aspectos, os quais dão alguns indicativos da qualidade das águas brasileiras:
1) a abundância da comunidade fitoplanctônica expressa em cinco escalas (Ausente, 10000 indivíduos/mL);
2)quão diversa é a comunidade fitoplanctônica (valores maiores que 3 correspondem a alta diversidade); e
3) a presença ou não de cianobactérias potencialmente tóxicas, independentemente de sua abundância.
1)A abundância das algas é expressa na forma de densidades ou concentrações das populações: indivíduos por mililitro de água (ind/mL). O intervalo de variação das concentrações totais vai desde ausência de algas até um milhão de indivíduos em cada mililitro de água do lago, reservatório ou rio. De um modo geral, estes valores não podem ser usados como indicativos de qualidade da água, pois os sistemas de águas correntes (lóticos) e de águas paradas lênticos) não são comparáveis, se usado este aspecto exclusivamente.
No entanto, os valores extremos podem dar uma orientação sobre a qualidade da água. Assim, ausências de algas indicam condições desfavoráveis à vida das algas, e densidades na ordem de 1000000 indivíduos/ml apontam para a intensa proliferação de algas ou florações (“blooms”), típicas de ambientes com altas concentrações de nutrientes, em geral de origem antrópica como esgotos e agricultura.
2)A diversidade é um atributo das comunidades de animais e plantas e indica a potencialidade do ambiente para abrigar espécies. A biodiversidade ou diversidade biológica é entendida, em nível de espécies, como o total de espécies de um determinado sistema. É, portanto, uma expressão muito simples da diversidade.
A diversidade ecológica é um conceito matemático que leva em conta tanto o número de espécies, como a quantidade com que cada uma está contribuindo para o todo. Em estudos do fitoplâncton usa-se o Índice de Shannon & Wiener, que varia de 0 a 5. Sistemas com diversidades maiores que 3 podem ser considerados de alta diversidade e, conseqüentemente, com boa qualidade da água.
3)É informada para cada ponto, a presença de cianobactérias potencialmente tóxicas, independentemente da quantidade com que ocorrem. O significado desta informação é que ela mostra onde os inóculos estão e que, dadas as condições, elas poderão vir a proliferar.