O Avião
O LAKE RENEGADE – apelidado de Talha-mar
A ave talha-mar (Rynchops niger) pode ser encontrada em habitats aquáticos em todo o Brasil. Tem o hábito singular de pescar “cortando” a água com a mandíbula prolongada do bico, enquanto descreve voos rasantes sobre a superfície, até fazer contato com algum pequeno peixe ou camarão.
Usando esse mesmo princípio no avião anfíbio – um Lake Renegade, apelidado de Talha-mar -, as amostras de água foram captadas em voo rente à superfície do corpo d’água por alguns segundos. Esse sistema de captação, idealizado por Gérard Moss e, inédito no mundo, foi utilizado com grande êxito. Transformado em laboratório aéreo computadorizado, equipado com sonda multi-paramétrica, sistema de armazenagem e de refrigeração para a conservação das amostras, o avião permitiu obter amostras em regiões remotas e de difícil acesso. Microcâmeras fixadas na aeronave catalogaram os pontos de amostragem com fotos georreferenciadas.
Especificações Técnicas do Lake Renegade
Avião: LA-250 (1998) Lake Renegade, avião monomotor anfíbio, asa central com trem retrátil e hélice Hartzell de passo variável. Equipado para voos por instrumentos.
Prefixo: PT-WAF (apelido Talha-mar)
Fabricante: Lake Aircraft.
Motor: Lycoming (EUA) IO-540 de 6 cilindros, 250 HP
Velocidade de cruzeiro: 120 nós (220 km/hora)
Envergadura: 11.7 metros
Autonomia padrão: 340 litros, 7 horas, 1.500 km.
Histórico: O Talha-mar foi adquirido em Manaus em 2002 e totalmente reformado pela Aeromot, de Porto Alegre, antes de embarcar nessa missão.
O SEA-MAX – Talha-marzinho
Em novembro de 2003, o Talha-mar saiu de ação após um pouso forçado em Mato Grosso. Para continuar o projeto sem interrupção, o ultraleve avançado Max Anfíbio, fabricado no Rio de Janeiro pela Airmax, foi adaptado à tarefa. Apelidado de Talha-marzinho, o Max serviu ao projeto durante 4 meses, para realizar as coletas no Pantanal e no sul do país. Por ser pequeno, contava com o apoio em terra de um Land Rover Defender 110, seguindo com a bagagem e o equipamento de pesquisa.